Amamentação: Planejamento ainda na gestação.
A gestação é um momento em que a família vivencia fortes emoções, pois a chegada de um novo membro traz inúmeras expectativas, um misto de felicidade, alegria e realização com medo e insegurança. A gestante sente tudo de forma mais intensa, pois além das emoções decorrente do momento da vida em que se encontra, é em seu corpo que ocorrem inúmeras transformações físicas, hormonais e psicológicas.
Após o parto, é comum a mãe passar por uma instabilidade emocional, derivado de todas as alterações fisiológicas e da adaptação que precisa fazer a nova rotina, oscilando entre o sentimento de euforia e tristeza, visto que a chegada do bebê exige mudança de comportamento, se adaptar à nova rotina agora é fundamental. Também ocorre um choque de realidade entre as expectativas da mãe e a realidade. Por isso, é importante que durante a gestação a mãe não idealize a maternidade como perfeita, mas que trabalhe com aspectos reais, onde ela deverá abrir mão de algumas coisas e também receberá outras coisas positivas.
Após o nascimento do bebê, a mãe tem um novo desafio: a amamentação. A produção de leite tem seu início ainda na gestação, onde algumas mudanças hormonais estão acontecendo para preparar a alimentação na chegada do bebê. Ao nascer, o bebê traz consigo o reflexo de sucção, o que permite sugar o leite ao ser colocado em contato com o seio da mãe, estimulando a produção do novo alimento. Por outro lado, o hormônio ocitocina emitido pela mãe, responsável pela regulação do prazer, afeto e diminuição da ansiedade, também é encarregado pela liberação do leite.
O medo, a ansiedade e a dor são alguns dos fatores que dificultam a produção de leite e consequentemente a amamentação natural. Por isso é fundamental para a mãe contar com pessoas ao seu redor que a apoiem (rede de apoio), permitindo se sentir confiante para enfrentar essa nova etapa, garantindo assim a amamentação natural. É importante ressaltar também o autoconhecimento, onde a mãe identifica situações de estresse e consegue modificar seu comportamento, diminuindo a ansiedade.
Algumas mães tem a expectativa da amamentação natural, porém nem sempre é possível. Então, é necessário partir para a alimentação artificial, pois a alimentação da criança é fundamental para o seu desenvolvimento. Nesses casos, há possibilidade de ocorrer o sentimento de tristeza, decepção e impotência, pois as expectativas da mãe não foram correspondidas. Ressaltamos novamente a importância de não idealizar uma maternidade perfeita e de contar com uma rede de apoio, onde a mãe deve ser acolhida, pois esse é um momento de fragilidade emocional.
A amamentação, seja ela natural ou artificial, traz consigo aspectos fundamentais para o desenvolvimento psicológico do bebê, visto que esse é um momento que permite a formação sólida de um vínculo entre a mãe e o bebê, onde há troca de olhares, carinho e dedicação desta mãe com seu filho (a).
Por fim, gostaríamos de ressaltar a importância de idealizar aspectos reais da maternidade, evitando frustrações e sentimento de impotência; ressaltamos a importância da amamentação para a formação de vínculo entre a mãe e o bebê e a relevância da rede de apoio para auxiliar a mãe nesta etapa repleta de emoções intensas.